dezembro 30, 2005

Feliz 2006!


O tempo nem sempre nos permite o capricho de parar com calma e deixar uma mensagem de efeito para essa virada de ano, mas apesar do tic-tac do relógio forçar minha partida, me limito a simples e sincera tarefa de desejar a todos um excelente 2006, muito melhor que esse ano que termina.

Um grande "axé" para todos que me prestigiam e que, por isso, tornaram meu ano mais especial. Muito obrigada!

Que tenhamos um 2006 próspero, mais solidário, menos corrupto, com mais boas notícias do que ruins e, claro, cheio de histórias divertidas que dêem margem a um sem número de textos recheados da mais pura e gostosa malícia heheheheh

Feliz 2006!

dezembro 24, 2005

Gorro encarnado? Prefiro de morango

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Pensava em escrever um texto super inspirado. Comentar essa energia positiva e pseudo-onda de solidariedade que parece se alastrar nessa época do ano, mas uma imagem me surpreendeu e interrompeu a proposta light me forçando a embarcar numa linha mais crítica que fraternal.
O que foi o Papa com aquele gorro de Papai Noel? Sério! Essa notícia chega a ser ofensiva. É como se fosse o endosso da Igreja ao capitalismo globalizado. Não dá para aceitar numa boa que o mesmo Papa que repudia a pílula e a camisinha seja conivente com um símbolo tão comercial como Papai Noel (e ala Coca-Cola como conhecemos hoje).
Não que eu não ache o bom velhinho simpático. Por anos acreditei em Papai Noel e outros tantos fingi continuar acreditando, com medo que a mamata acabasse logo que meus pais descobrissem que eu sabia de toda aquela deliciosa farsa. Afinal, é o tipo de fantasia que a gente gosta de ter. Como o corno que é feliz na sua ignorância.
Não consigo entender e muito menos aceitar essa atitude do Papa. O que é isso, companheiros? Sem dúvida, digno de rechaço maior que o desfile de bonés do Lula de outrora. Tenho curiosidade de saber como essa notícia repercutiu em países católicos como a Espanha, onde sequer se trocam presentes no Natal, senão em 6 de janeiro, dia dos Reis, uma data bem mais fiel e coerente com a história que conhecemos do J.C.
Que será que o Papa queria com aquele gorro encarnado? Será popularidade? Será aceitação? Será provocar alguma identidade para que todos acreditemos que ele é um "bom velhinho"? E agora? Devem os católicos passar a meia-noite celebrando a missa do galo ou à espera de um Papai Noel de saco cheio?
Aliás, de saco cheio fico eu. O espírito natalino cada vez mais parece que foi mesmo para o saco, com expressões raras de solidariedade e afeto ao próximo. Talvez nem se ouvisse falar mais delas se não estivesse em voga no mundo empresarial algo chamado Marketing Social. Sai a compaixão entra o materialismo. Empurra-empurra nos shoppings. Quebra-pau e bombas na 25 de março. Crianças demandando presentes mais e mais caros já sem aquela mesma inocência que eu tinha de acreditar em Papai Noel.
Ah! Ia esquecendo. Na minha época Papai Noel só visitava quem tivesse se comportado durante o ano. Sido um bom menino. Quem será que Bento XVI considera um "bom menino"? Será que é a turma dos que são contra a camisinha? Nesse caso, Bush merece ganhar presente?
Sob essa ótica desejo sinceramente que muita gente fique chupando o dedo nesse Natal. De touca em touca prefiro engrossar o coro da Daniela Mercury e incentivar o uso daquela que é muito mais que um adorno, mas um santo remédio para outras cabeças.
Feliz Natal!

dezembro 12, 2005

Kitsch

Tive um desejo kitsch* nesse fim de semana. Walter Benjamin e outros tantos teóricos da Escola de Frankfurt devem ter se revirado na cova com minha infame heresia de desejar, com tamanha voracidade, captar a “aura” daquela obra de arte.

Sim! A verdade é que consegui inclusive visualizar aquela tela pintada com tinta automotiva, emoldurada e plena sobre uma bela cama de casal. Quero uma cópia. Quero sim, e muito. Esse seria o quadro perfeito para decorar meu futuro ninho de amor.

Estava entre as 110 obras da exposição Erotica – os sentidos na arte, que finalmente consegui visitar. Não atendeu muito as minhas expectativas. Confesso que esperava mais dela, embora o pouco que realmente gostei, como diria Bob Jeff “provocou os meus instintos mais primitivos”. Verdade! Encantei-me imensamente com essa peça. Tal foi minha atração por ela que nem lembrei de gravar o nome da obra e do artista plástico que a produziu (mas isso eu resolvo ligando para a curadoria).

Era linda. Era moderna. Era uma verdadeira mimese plástica do sexo. Um casal entrelaçado em preto e branco. Na vertical. Erótico, sem ser pornográfico,como as narrativas sutis de Josué Guimarães. Maravilhoso!Como é provável que eu não consiga sucumbir à arte ao meu vão e consumista desejo de ter uma cópia só para mim, aconselho aos curiosos que visitem a exposição até o dia 8 de janeiro de 2006, no CCBB (São Paulo) enquanto há tempo de contemplá-la.

*Kitsch: Expressão muito usada pela estética da arte. “Arte baixa”, vulgar ou “kitsch” denota geralmente a estética da burguesia ou se refere especificamente aos artefatos decorativos ou funcionais de produção de massa da cultura popular. Muitas vezes, se refere a apropriações de obras de arte convertidas em produtos produzidos em série, como uma estampa de Monalisa numa camiseta, por exemplo.

novembro 29, 2005

Depois da bunda dura, vem aí a bunda quadrada


Estou ficando com a bunda quadrada. É verdade! São tantas as horas sentada nessa cadeira em frente ao computador que sinto como se toda a voluptosidade de repente ficasse plana. E a idéia de bunda quadrada por mais metafórica que possa parecer me apavora.

Odiava a bunda chata da minha vó. Lembro que realmente sentia repulso por aquela imagem e ainda temo que um dia a genética me castigue por tão cruel julgamento. Mas era feia. Feia mesmo! Não sei como ela moldou (se é que dá pra chamar assim) a dela. Talvez seja realmente um traço da família, que graças a Deus não herdei e acabei puxando a turma da minha mãe nesse quesito.

É estranho como fui recordar nesse momento desse quase trauma de infância: a visão da bunda da minha vó. Não herdei o formato por ela, mas será que a minha realmente é passível de ser "enquadrada" pelos hábitos contemporâneos? Não sei, não quero nem cogitar essa hipótese, afinal bunda é um dos principais atributos da brasileira, produto tipo exportação, um dos motivos que atraem os turistas para as praias do país. Seria quase como perder a identidade.

Falando nisso, dizem que alguns homens reconhecem as mulheres pela bunda. Do tipo que olha para a cara da infeliz e nem faz idéia. Tão logo ela dá as costas lembra até do dia e ano que viu aquela bunda passar! Que horror! Mas fazer o que, não é? Aliás, se algum homem com esse tipo de cognição ler isso, por favor, disserte a respeito. Tenho muita curiosidade sobre o tema.

Estava revendo uns e-mails antigos outro dia e encontrei o texto da Bunda Dura, do Arnaldo Jabor, lembram? Um que ele defende uma tese que a mulher que tem bunda dura é uma chata que só se preocupa em malhar e comer alface, fútil, e que jamais vai saber apreciar um convite para tomar um bom chopp. Ele conclui valorizando a bunda que mesmo com celulite ou algumas gordurinhas é companheira. Fico pensando, e a bunda quadrada? Como entraria nessa história?

Se a bunda dura for signo de futilidade e a celulitosa, de companheirismo, poderia ser a bunda quadrada uma futura indicação de uma mulher trabalhadora? Uma marca do afinco com que passa horas dedicando-se a labuta nos computadores? Uma bunda workaholic? É de se pensar. Pelo sim, pelo não, acho melhor reduzir minha jornada de trabalho sentada. Ou arrumar uma almofada. Ou sugerir aos fabricantes de cadeiras de escritório que façam umas mais anatômicas. Por motivo de força maior. Pela preservação do patrimônio nacional! (Hahahah...)

novembro 07, 2005

Curtinha

"É mais fácil seduzir alguém que já está com as calças arriadas.
Anuncie no banheiro."

Adorei!!!

novembro 03, 2005

The survival tales of a beautiful girl saying "no, I´m not a bitch" *


Aconteceu quando menos esperava. Era primeiro de novembro, véspera de feriado. Ia à casa de uma amiga no centro de São Paulo para de lá cairmos na boemia, iríamos juntas a um aniversário na Vila Madalena.

Sequer estava preparada para sair à noite naquele dia. Foi decisão de última hora. Recém tinha saído da aula de espanhol e perambulava pela Av. Paulista lá pelas nove da noite, com minha pastinha na mão e sem um crédito no celular. Mesmo assim conseguimos combinar por telefone nossa saída.

Pegaria um ônibus e encontraria com ela ao lado do prédio da Folha, na Barão de Limeira com a Duque de Caxias. Essa era a referência, aliás. Pedi ao cobrador para me avisar, afinal, fazia tempo que não andava de ônibus por aquelas bandas, ainda mais à noite, nessa cidade que insiste em me causar essa sensação de estranheza eterna.

“É a próxima!” – disse o cobrador. Juntei minhas tralhas e desci. Foi aí que então um táxi parou perto de mim, bem no momento em que cruzava a esquina combinada. Buzinou, nem dei bola. Insistiu e daí percebi do que se tratava. Havia um homem no banco do carona. Parecia meio arisco, olhava para todos os lados atento a movimentação do local. Tive certeza que estava no lugar errado na hora errada, mas para minha sorte havia algumas pessoas por perto, não estava num ambiente completamente deserto.

Para meu espanto gritou: “Tá sozinha? Entra aí, eu pago bem.” Não acreditei. Acelerei o passo e logo os perdi de vista. Como podia? Ainda se estivesse com uma minissaia ou com um decote como de costume, mas não. Vestia uma calça preta até o tornozelo e terninho branco. Tava mais para Barbie executiva do que puta de beco. Sequer um esmalte encarnado. Não entendi, mas deu medo. Mais medo que do mendigo de outro dia.

Só pode ter sido a mais pura proposta indecente. Tô longe da Demi Moore, mas não posso ter sido confundida, no way! Não naquele dia. Não daquele jeito. Ou era mesmo desespero do cara, uma abordagem aleatória, porque o naipe das primas por lá não é dos melhores. A primeira com todos os dentes na boca que viu, pimba! É essa!

Que medo, que medo mesmo. Sozinha na esquina nunca mais!
* Título sugerido pelo amigo Pase, quando ouviu os relatos desse fatídico episódio.

outubro 27, 2005

Em busca do pecado original


Fiquei incumbida de descobrir a origem do pecado. Garimpar a história da maçã e toda a simbologia agregada nela. Não, não tenho a menor intenção de acabar com o mal pela raiz. Aliás, tô mais para adepta do que para censurar. É pura necessidade acadêmica mesmo, somada a um pouco de curiosidade também.

Por ora, pouco sei além de Adão e Eva, mas vá lá. Logo, logo vou estar expert no assunto. Em homenagem ao tema aí vai uma letra do Raul que adoro e tem tudo a ver com o assunto. By the way, por que as pessoas teimam em achar que são donas umas das outras? Como já dizia Raulzito “o amor só dura em liberdade...” vale a pena pensar.



A maçã

Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar
Se eu te amo e tu me amas
E um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais
O amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar

outubro 26, 2005

Pornô pra mendigo ver

São Paulo se auto-intitula capital de uma série de coisas, entre elas do entretenimento. E não é que é mesmo? Tá me convencendo. Além dos inúmeros teatros, cinemas, restaurantes, casas noturnas para todas as tribos e claro, das vaquinhas simpáticas do Cow Parade espalhadas pela cidade, São Paulo parece não se esquecer de entreter também seus moradores de rua. Isso que é qualidade de vida!

Ontem, caminhava pela Av.Paulista umas 21 horas. Noite quente, sossegada. A butecada de elite lotada de universitários e engravatados curtindo um chopps (heheh), para aliviar o calor. Vi uma muvuca em frente ao Masp, palco de protestos e feirinhas por aqui.

Era só um telão. Estavam projetando filmes italianos com legenda e a mendigada curtindo em volta. Acho que pouco entendiam, mas sacanagem é igual em qualquer língua. O pessoal tava animado com a putaria que rolava no telão. Um absurdo. Talvez fossem só aquelas cenas no momento que eu passava por ali, mas muito fácil de causar constrangimentos. Dá medo ver mendigo com a mão no bolso te olhando meu estranho heheh

Não lembro de que diretor eram os filmes. Até procurei no guia de programação, mas não achei. Vou ficar devendo essa informação, mas mesmo assim, não podia deixar de compartilhar esse momento. Será que São Paulo também quer levar o título de capital da sacanagem? Não sei, mas de maior Parada Gay já conseguiu hahahah É a fonte nêga! E putaria mesmo acontece em Brasília, concorrente forte. Onde todo mundo "fode" com todo mundo.

Falando nisso, tem duas coisas nessa linha que quero ver. Uma é a exposição Erotica - Os sentidos na arte que mostra mais de 150 peças que abordam o erotismo em períodos distintos. Coisa fina. Outra é a peça Filosofia na Alcova, do grupo Satyros, baseada em contos do Marquês de Sade, na qual dois depravados tentam pervertir uma virgem. Super bem aceita pela crítica (com três estrelinhas) e passa à meia-noite, muito bom!

Para quem tiver por Sampa afim de saber mais tem sites que falam dos dois: http://www.cultura-e.com.br/ e http://www.satyros.com.br/ Vou ficando por aqui. Se encontrar outras indícios da candidatura paulistana, eu aviso, ok?
Foto: Masp - Museu de Arte de São Paulo, de Luiz Prado. Tirada do site da Prefeitura de São Paulo

outubro 24, 2005

Como repartimos os amigos?

Ouvia outro dia um cd espanhol, meio tosco, meu sertanejo (do tipo que Wanessa Camargo gravaria uma versão), mas com uma ou outra música interessante. Era de uma dupla. Marta & Marilia (fala sério? Que meeedo desse nome!), e uma das canções dizia assim: “Nada es tuyo, nada es mio,¿cómo repartimos los amigos? ¿Cómo repartimos los recuerdos de este amor...?”

Tudo bem. É meio dor de cotovelo também, mas foi a primeira vez que ouvi uma música que se lembrasse dos amigos em uma separação. Êta situaçãozinha corrente e complicada! Afinal amizade é tema que rende propaganda da Mastercard. “Não tem preço!” Inclusive alguns amigos oriundos do lado de lá.


Claro que a banda toca conforme as circunstâncias do fim, mas vez ou outra dá um prejuízo danado. Nosso “saldo” de amigos pode ficar mais negativo que risco-Brasil por conta de evitar desconfortantes reencontros. Quando não é o contrário e os laços continuam, dando lá no fundo aquela dolorosa sensação de traição ao ter amigos saqueados pelo nosso ex-bem-querer.

Nesse quesito, pelo menos, não posso reclamar. Sempre tive amigas fiéis do meu lado, que por livre e espontânea vontade só mantiveram contato com aqueles que eu também continuei com uma amizade saudável. Mas deve ser muito ruim se fosse em outra
situação. Não sei se lidaria bem com isso se fossem amigas de alguém com quem tive um final caótico. Se fosse traída, mal tratada, desprezada ou levasse um belíssimo pé na bunda, sei lá, seriam outros quinhentos.

Fico pensando. Será que é legal ser amiga dos amigos do ex? Não pode parecer sacanagem, às vezes? Mantive certa distância por um tempo, mas sempre tive meus queridinhos remanescentes de amigos em comum e vivi na pele essa dúvida cruel. Na verdade ainda não tenho uma resolução, mas o fato é que agora estou com os amigos. Goste ou não goste, nem imagino a opinião, que sinceramente espero que seja nula, indiferente.

E a música seguia dizendo:
“Una historia siempre tiene dos finales. El tuyo y el mío. No recuerdo cuántos daños cerebrales causamos los dos (...). Ahora está claro, cada uno por su lado, pero de que lado estoy...”

Como fica o lado dos amigos então? E quando a turma não era agregada e sempre foi a mesma? Também já fui amiga de casal e é duro, principalmente no começo, manter a fidelidade de amiga inabalável numa situação dessas. Um sempre vai perguntar algo que não deveria ser dito, mas que a omissão pode ser entendida como deslealdade. É duro, é duro!

Por ora, sigo feliz com os amigos sobreviventes dessa injusta partilha. “Se nada es tuyo, nada es mío..."


Foto: Capa do cd de Marta & Marilia

setembro 18, 2005

Engavetados


É foda ficar sem computador. Fiquei duas semanas com o meu estragado, desnorteada, com vários arquivos importantes guardados lá e subitamente longe do meu alcance. É nessas horas que a gente percebe como Murphy não falha. Todos aqueles textos engavetados que você pensava que nunca mais fosse precisar usar se tornam imprescindíveis de uma hora para outra.

Domingo, classificados e uma vaga super legal recém aberta para um jornal bacana, em plena semana de bug no PC. Preenchia todos os quesitos, porém teria que enviar três textos publicados. Adivinha onde meus textos estavam arquivados? Me senti a criatura mais estúpida da Terra, digna de ter a cabeça engolida por aquela tartaruga de chocolate. "Estúpida!" E off-line. Fazer o que? A vida nos prega peças mesmo.

Falando nisso, descobri que São Paulo não é tão grande como parece. Infelizmente. Esse mundo-ovo me trouxe à tona um passado obscuro, indesejável que pensava já estar mais engavetado que meus velhos textos. Algumas coisas definitivamente não precisavam ter back-up, mas nevermind, pelo menos nos serve de consolação saber que a vida se renova e continua, como meu computador, com alguns problemas resolvidos, outros novos e umas perdas no meio do caminho.





agosto 30, 2005

... e ele não ligou!


Perdi as contas de quantas vezes já ouvi uma amiga reclamar de algum cara que prometeu o mundo, tirou a casca que queria e depois nem ligou. Literalmente!

O telefone ali e nada. Nem um toque de misericórdia. E o pior, quando toca e é engano ou é mensagem da Vivo (heheheh). Pois bem, um homem finalmente resolveu escrever um livro para esclarecer à turma da calcinha os porquês de nos provocarem essa agonia.

Greg Behrendt é o autor do livro recém lançado pela editora Rocco, com um título bem direto: "Ele simplesmente não está a fim de você". Para quem se interessa pelo currículo do moço vale lembrar que ele também é redator do bem-sucedido seriado cor-de-rosa Sex and the city. No site Delas (http://delas.ig.com.br/materias/311501-312000/311954/311954_1.html) há uma crônica bem-humorada sobre o assunto e o livro. Típico do universo feminino, mas vale a pena conferir.

agosto 29, 2005

Dias de criatividade no limbo


Estou em dias de criatividade no limbo, mais introspectiva. Sério! Parece que tudo que tento escrever não toma a forma devida e a cada dia que passa me sinto ainda mais em dívida com minhas próprias idéias. Não tenho compromisso com o tempo. Aqui talvez seja o único espaço em qual realmente não tenho compromisso senão com minha própria vontade, consciência e consideração com aqueles que dispensam algum tempo para ler o que quer que eu escreva.

E é por isso mesmo que não vou escrever uma besteira qualquer, fazer como tantos colunistas que optam, às vezes, por falar da ausência de algo a ser comentado para simplesmente preencher um intervalo. Me perdoem queridos amigos, espero a boa maré voltar.

agosto 09, 2005

Apreciem mais a subestimação


Desconfio dos elogios. Agora mesmo estou tentando descobrir se eles realmente nos fazem bem. Pare e reflita. Que reação você costuma ter após receber um? São ótimos, mas sinto que eles fazem inflar o ego, passam segurança, autoconfiança e, às vezes, nos tornam menos exigente com nós mesmos, como se de alguma forma eles dissessem que já está bom assim.

Gosto quando me subestimam. Não pelo pouco caso em si, mas pela potencialidade de surpreender. Subestimar provoca. Desafia nosso ego. Faz com que nos esforcemos mais para provar que estavam enganados e somos muito melhores do que se imaginava. Desperta um instinto de superação e pró-atividade muito mais construtivos que um elogio.

Os especialistas em motivação organizacional que me perdoem. Tudo bem que um elogio inspira mais que uma crítica, mas não há nada que se compare com a subestimação. É só lembrar das apostas, dos desafios. Quem nunca se sentiu provocado com um “você não é homem ou mulher pra isso?”, um “duvido” ou mesmo aquele olhar que já entrega a falta de crédito e expectativa depositadas em você.

Aprendemos isso desde cedo. Faz parte da pedagogia de muitos pais, inclusive, usar um “duvido” para convencer a criança a tomar uma atitude, como simplesmente terminar um prato de comida. Logo se percebe a malandragem e não se cai mais nessa, mas aquela fórmula desafiadora fica impressa em algum lugar da nossa memória e vira e mexe vem à tona. No trabalho, na educação, num relacionamento ou no fim dele. Situações em que temos que parar e seguir o conselho do tio Zambiasi*: “Eu quero, eu posso e eu vou conseguir!”

Talvez o elogio que realmente tenha valor seja o recebido depois de ser subestimado. Esse sim, vem como para coroar um esforço que não foi em vão. Não nos diz que já está bom assim, mas que valeu a pena. Deixo o meu conselho: Apreciem mais a subestimação.

*Sérgio Zambiasi é famoso no Rio Grande do Sul por ancorar o programa popular matinal “Comando Maior”, na rádio Farroupilha. “Eu quero, eu posso e eu vou conseguir” é uma das frases tradicionais e repetidas há ano no começo do programa.

julho 31, 2005

Olha a síndrome da peladona aí!


A bizarrice humana me surpreende a cada dia. Quando penso que não falta acontecer mais nada, surge uma novíssima. A última grande piada da semana foi a notícia de que a ex-secretária de Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, posaria para a Playboy. Um telejornal inclusive fez uma enquete que perguntava aos telespectadores o que ela deveria fazer com os supostos dois milhões do cachê oferecido pela revista. A resposta foi unânime: “Fazer uma plástica!” heheheh

Realmente não dá para entender. Parece tão ridículo. É o cúmulo da palhaçada que essa CPI tem se tornado. Um verdadeiro “freak show”! Bem, não vamos falar de política que o assunto de hoje é pelada e de desnudada a CPI não tem nada além da pretensão da secretariazinha.

Fico pensando se no fundo toda mulher não tem uma certa fantasia de fazer fotos sensuais. Ouvi outra história essa semana me fez pensar bastante no assunto, antes mesmo da Fernanda Karina. Um amigo fotógrafo me contou como se surpreendia com as mulheres, muitas vezes comuns, que queriam ser fotografadas nuas, fazendo caras e bocas. De todo tipo inclusive grávidas! O que não me causa nenhum espanto depois de Leila Diniz ou da internacional Demi Moore sair grávida e “naked” na capa de uma revista. Britney Spear, que é a kitsch das celebridades, também resolveu repetir o feito da “miss Striptease”.

E não precisa ser gostosa pra entrar nessa onda. Outra peladona que chamou atenção e deixou o pai de cabelo em pé foi Preta Gil. Gorda, nua e feliz! Não faltaram piadinhas maldosas com a iniciativa moça. Talvez a mulherada queira mesmo se sentir sexy. Não tão preocupadas com a opinião dos outros, mas em se sentirem sexy para elas mesmas. Ter mais que lembranças, mas um retrato de como eram em determinada fase da vida. Pormenorizado, diga-se de passagem.

Em outros tempos, tantas saidinhas de época já imortalizaram seus corpos nus (ou quase) em pinturas. Além disso, dá até pra fazer uma leitura histórica, se pensarmos que o homem é o único animal que sabe da sua finitude e, por isso, se preocupa em deixar registros da sua passagem pela Terra. Imagina a satisfação da peladona vendo o resultado da imagem reveladora e pensando: “Essa fica para a posteridade!”

Vocês devem se perguntar: E eu? O que penso disso? Pois lhes digo. Mesmo que fosse famosa, jamais pousaria nua, mas ter algumas fotos mostrando um pouco de pele não faz mal a ninguém. Ah! No meu próprio álbum, claro!

Só para terminar, lembram quando se debochava que a ex-BBB Cida iria sair na Playboy? Pois bem, sugiro uma nova enquete: Quem é mais bizarra para posar nua? Cida ou Fernanda Karina? Eu ficaria com a Fernanda...

julho 24, 2005

Anonymous said... o “feedback”


Há mais de um mês não escrevia nada neste blog, às vezes por achar mesmo que não era lido, ou por ter resolvido curtir mais a vida do que falar dela; principalmente após terminar um regime celibatário, fruto da minha insistência estúpida de apostar mais uma vez em um relacionamento à distância. (By the way, definitivamente não aconselho isso pra ninguém... se souberem de um namoro à distância que realmente deu certo me contem! Pra mim é como ex-gay, não existe! Heheh)

Depois de abandonar a postagem quase que diária de textos nesse espaço, como tantos outros projetos que não nos empenhamos, fui postergando essa tarefa até hoje, quando, para minha surpresa, vi que havia um “comments” de uma admiradora anônima que mexeu muito comigo. (texto “Amado Traidor”)

Gostaria de poder falar diretamente para ela o quanto foi importante saber de sua existência e admiração. Fico sinceramente lisonjeada, ainda mais que ela sugere que temos uma ligação. Conturbada, talvez, mas não vejo motivo para haver qualquer receio de se identificar ou começar uma amizade comigo.

Confesso que estou extremamente curiosa. Muitos nomes, rostos e possíveis “personagens” transitam agora pelos meus pensamentos, enquanto tento inutilmente descobrir quem poderia ser.

Creio que seja alguém do sul. O “porreta” usado na mensagem é comum de se ouvir por lá. Talvez seja alguma atual de um ex-alguma-coisa meu, ou ex de ex, sei lá, difícil de dizer, mas pelo tom do comentário é natural que me remeta a idéia de que possa ser alguém que, de alguma forma, se viu em uma situação de competição ou comparação comigo. Não consigo entender o porquê de pensar que lhe deixei um fardo tão pesado...

O texto é bem escrito. Deixo meus parabéns, aliás. Pode ser que seja jornalista como eu. Se não for merece meus cumprimentos duas vezes, já que nesse caso não tem obrigação nenhuma de escrever bem.

Cara admiradora, seja quem você for, quero que saiba que para mim não interessa o que possa ter nos ligado, que motivos fazem você manter essa certa distância, ou se sua personalidade pode, de repente, ser um “obstáculo” para nossa amizade. Creio que nem só em sonhos possamos ser amigas e por isso estou aqui para te receber de braços abertos, pronta para “confabular” sobre qualquer coisa, compartilhar idéias e iniciar uma “amizade virtual” proveitosa para nós duas.

Como disse antes, o que você me contou significou muito para mim e me motiva a voltar a escrever só por saber que tenho uma leitora. Não esperava por isso, mas você fez do meu dia mais feliz e por essa razão já é especial para mim.


Obrigada!

junho 22, 2005

Joselito, Tutu e Cátia Flávia


Há alguns meses decidi que queria um cachorro. Um labrador para ser mais exata. Teria que ser batizado com um nome bem criativo, de preferência engraçado. Passei a dedicar algum tempo do meu dia para pensar na alcunha perfeita.

Bark foi o primeiro nome que me veio à cabeça. Não, aquele não era nada bom. Medonho até. Não gosto dos nomes muito fofos. Esses prefiro deixar para os poodles. Comecei então a observar outros cães da raça para ver se tinha alguma inspiração. Um foi o Thor e o outro Luke. Cada qual com suas peculiaridades, mas ambos “sem noção”. Thor é campeão em arrancar as roupas do varal, destruir bonés e às vezes dá uma de rebelde e foge de casa. Luke é um tarado. Pula feito louco na gente e depois fica ali batendo uma na maior cara de pau. Certamente o meu não seria muito diferente – meio Joselito, tal como o sem noção que não sabe brincar do Hermes e Renato. Tá aí. Estava decidido. Chamaria-se Joselito.

Tudo certo até a criatividade publicitária me pegar de assalto. No intervalo de um programa qualquer vi aquela propaganda da Finasa, com o cachorrinho rodeado de dinheiro e o locutor dizendo “Chama o Tutu que ele vem”. Adorei! Quis realmente chamar o Tutu, mas não poderia deixar de lado meu já tão querido Joselito. Ah! Tudo bem. Afinal quem tem um pode ter dois, certo?

Quando comentei os nomes dos cachorros com minha irmãzinha-rapa-do-tacho ela me perguntou algo que ainda não havia pensado. E se fosse menina? Foi aí que surgiu a Cátia Flávia. Lembram daquela música cantada pela Fernanda Abreu? “Cátia Flávia, é uma louraça belzebu, provocante. É uma louraça lúcifer gostosona. É uma louraça satanás... “ e por aí vai. Quer mais cachorra que a Cátia Flávia? Era um nome bacana. Gostei tanto que não quero nem saber se vai ou não ser menina. Cátia Flávia já faz parte da família.


Ainda não encontrei meus três filhos caninos, mas acho que vou ter de procurá-los no Centro de Zoonoses. Afinal, haja grana para comprar tanto cão numa petshop. Sem um “tutu” amigo por perto então, nem pensar!

junho 21, 2005

Sociedade.NET


O ciberespaço parece realmente estar consolidado como meio de comunicação interpessoal. Hoje em dia não se pede mais um telefone com a mesma freqüência que com que se pergunta se alguém tem messenger, e-mail ou está no Orkut. Imaginem só que ontem à noite, num arraial popular, depois de gentilmente aceitar dançar um forrózinho da Elba Ramalho com um senhor ele me faz a seguinte pergunta: “Pode me dar seu e-mail?”

Ele tinha a dicção ruim e a voz falha, características que nada colaboravam num ambiente barulhento como aquele. Era notoriamente muito simples. Primeiro até pensei que tinha entendido errado e que ele estava me pedindo dinheiro. “Não, não tenho dinheiro”, respondi. Mas ele insistiu. “Não, você tem e-mail? Pode me dar seu e-mail?” Fiquei boba. Pasmei. Aquilo parecia surreal demais para mim. Onde estava a tão falada exclusão digital? Neguei, claro. Porque eu iria querer manter contato com aquele senhor meio esquisito para quem apenas dei o prazer de uma dança?

Chega a ser preocupante como nossa identidade virtual assumiu proporções tão grandes. Sem um endereço eletrônico hoje não se arruma mais emprego (aliás, nem com isso!), com tanta agência on-line e anúncios de jornais que pedem para encaminhar o currículo para e-mails de RH.

Lembrei-me então de outro e-mail. Um que recebi de um amigo, sobre Orkut e o emprego hoje. Eram tirinhas bem-humoradas que alertavam para vulnerabilidade a que estão expostos os usuários do site, quando um candidato em entrevista é surpreendido com a consulta de seu perfil no Orkut. A adesão a comunidades do tipo “Faço sexo no trabalho” e “Odeio me chefe” destroem com as chances dele ganhar a vaga.


Essa impessoalidade definitivamente não me atrai. Será que é seguro? Saudável? O tempo dirá. Só sei que apesar de tantos recursos ainda me encanto com uma boa conversa cara-a-cara, com as fotos analógicas e em reler as poucas e tão sinceras cartas que já recebi e guardo com muito carinho.

junho 18, 2005

O Calote


Outro dia fui pega de surpresa ao ler um “scrap” de uma amiga que me falava de uma noite em que saímos de um bar sem pagar a conta. Era o aniversário da amiga de uma amiga dela, num lugar onde fomos muito mal atendidas e não havia controle algum de quem entrava ou saía do bar. Dizia ela no recado algo mais ou menos assim: “Paula preciso falar contigo urgente. Tô tentando te encontrar e não consigo. A amiga da fulana teve que pagar e estão nos procurando pelo calote.” Aquilo soou tão forte e vergonhoso que deletei a mensagem sem pestanejar. Eu caloteira? Nunca tinha pensado naquele episódio por esse ângulo.

Para mim, aquilo não passava de um troco pelo mal atendimento e uma lição para aprenderem a ser mais cuidadosos com a circulação da casa. Simbólico, diga-se de passagem, já que eu tinha gastado pouco mais que um couvert de três reais. Jamais imaginei que saindo com uma comanda individual na bolsa poderia prejudicar outra pessoa. De esperta passei a me sentir a última das criaturas. Ainda mais que honestidade sempre fez parte do meu currículo e aquela situação arranhava minha imagem nesse quesito.

Deve ser por causa dessa cultura de malandro, do bom e velho “jeitinho brasileiro” que estamos tão habituados a lidar. Afinal, quem não gosta de levar vantagem de vez em quando? Em dias que até países tentam dar o calote, coisinhas como ficar quieto quando se recebe um troco a mais errado ou sair sem pagar a conta passam desapercebidos e inquestionáveis no dia-a-dia. Honestidade é hoje um artigo tão raro que exemplos isolados merecem até reconhecimento do presidente da república, como aquele caso do faxineiro do aeroporto que devolveu o dinheiro que ele achou. É como o homem que morde o cachorro, foge a lógica natural.

O peso na consciência e o embaraço voltaram hoje a bater na minha porta. Bem, na verdade, ao tocar o telefone, quando a mesma menina retomou o assunto, me passando o número da conta bancária da amiga da lesada.


Vejam só que dor de cabeça fui arrumar! Antes fosse melhor enfrentar a fila e ter pago a conta lá mesmo, no dia, tudo certinho, como manda o “manual dos bons costumes”. Quem acabou aprendendo uma lição fui eu. Deveria estar fora do meu estado normal para esquecer que malandragem por malandragem, não tem jeito, alguém sempre paga a conta no final. Eu, você, a menina...

junho 17, 2005

Amado Traidor


Querido cúmplice de minhas vaidades, não me recordo de seres fiel. És propriedade de ninguém, a todos serves e a todos, eventualmente, trais. Não me importo, pois procuro outros também.

Brincas sem dó com minha auto-estima. Não entendo como podes faltar-me quando mais precisei de tua resposta positiva à minha inquietação. Deixaste-me partir sentindo-me feia sem um sinal de compaixão.


Achas que tudo sabes de mim, mas tua limitada existência não permite que reflitas minha alma. Embora peques comigo, não conseguiria jamais te abandonar. Tens teu jeito de pedir desculpas, me dando alegrias, me poupando de vexames, me dando coragem para fazer isso ou aquilo. Sabes bem o que são.

Ei, você que, indiscreto, invade minha intimidade. Não me julgue sem antes saber. Quem nunca se rendeu ao magnetismo de um espelho? Sei bem que não vives sem ele também. Barba, cabelo, idade, maquiagem..., ai, ai, amado traidor.



junho 16, 2005

Filosofia Vasenol

Odeio a propaganda do Corpus. Sabe aquela do balanço? Que a modelo fica ali no engorda e emagrece e depois dá aquela esnobada fechando o vestidinho? Pois é, odeio ela. Aliás, essas propagandas de produtos dietéticos ou para emagrecer conseguem deixar qualquer um com remorso de ter comido o que fosse nas últimas horas, mesmo não estando de mal com a balança.

Uma rara exceção, devo dizer, é uma peça antiguinha do Vasenol, que apesar de ter a garota Zerocal, Carolina Ferraz, me deixou uma mensagem super inspiradora. Aquilo me fez refletir. Anotei a frase e coloquei na geladeira. “Quanto mais você se cuida, mais você se gosta”. E não é que era verdade? Lembrei de todas as vezes que fechei a boca e consegui me sentir gostosa dentro daquela roupa bacana. Ou quando deixei de roer as unhas e fiquei com as “garras” bem feitinhas. Da pele macia sempre que bem hidratada e ainda daquele elogio gratuito durante um amasso: “Você tem malhado? Tô te sentindo mais sarada”. Ha-ha-ha! Ô coisa boa! A auto-estima vai ao céu!

Minha mãe sempre disse que “beleza requer sacrifício”. Frase por frase ainda prefiro a minha. Adotei a do Vasenol como “filosofia”. Toda vez que preciso daquele empurrãozinho para qualquer “sacrifício” estético repito para mim mesma: “Quanto mais você se cuida, mais você se gosta”. Aí é só alegria.

A propósito, comprei o tal Vasenol, “me gostei mais”, mas daí não achei no supermercado e continuei “me gostando” com o concorrente mesmo. De qualquer forma, valeu a inspiração.

junho 15, 2005

Provérbios

“Quem espera sempre alcança.” Fico pensando em quem teria sido o brilhante autor desse provérbio, em que situação se encontrava quando teve seu insight, a elucidante reflexão: “Quem espera sempre alcança”. Como pode alguém alcançar qualquer coisa ficando parado? O esperar por vezes me remete à idéia de inércia, passividade, comodismo. Já alcançar sugere uma ação, um esforço para atingir algo distante.

Nunca dei muita importância para provérbios. Para mim eles sempre estiveram lá, de alguma forma, por alguma razão. Costumava pensar que pudessem ter um fundo filosófico ou mesmo metafórico, que sintetizassem sabedorias da vida ou algo do gênero.

Blá,blá,blá, quanta besteira! Devo aproveitar o momento e alertar você, leitor, que não espere alcançar nada com essa leitura, seguimos, mas sem compromisso, ok?

Pois bem, continuo curiosa em saber como se alcança esperando. Se pensar na fila bancária, hum, talvez tenha coerência. Quem se dispõe a esperar nessa filas geralmente alcança. Alcança o caixa ou alcança o limite da paciência, aí pode ser até que alcance o pescoço do engraçadinho que tentou furar a fila. Ah! Quando não alcançam sua bolsa e a polícia, que crê no provérbio, fica esperando e não alcança ninguém.

Poderia perfeitamente ser fruto do cálculo de um garotinho, que não alcança os doces estrategicamente guardados no alto da despensa, por amor o sacanagem mesmo. Imagine o garoto revoltado ameaçando sua mãe num tom profético: “Quem espera sempre alcança!” como quem diz “por enquanto eu não consigo, mas quando eu crescer...”

Que sentido teria se o treinador de Robison Caetano reservasse o provérbio como o sábio conselho dado minutos antes da corrida. “Robison, não se esqueça! Quem espera sempre alcança.” Seria um desastre!

Como esse, outros tantos provérbios são igualmente ineficientes. “Cão que ladra não morde”. É mesmo? Experimente testar com um Pitbull então. Romário que o diga, descobriu que mesmo quem chora, às vezes, não mama.

Já que a sabedoria popular anda meio deficiente, resolvi adotar minhas próprias versões: “Quem espera cansa e senta”. “Devagar se chega tarde”. “O que não mata dá dor de barriga”(Afinal, não podemos pensar no pior). Como essas poderia criar diversas outras, até mesmo meus próprios provérbios! Imagine, se ficasse bom (ou pelo menos bonitinho) talvez algum até virasse provérbio chinês.

Parece ironia. Frases banais perpetuadas na boca do povo, enquanto grandes ensinamentos se perdem no tempo, fogem à memória. Pare e pense. “Quem avisa amigo é”.

O difícil começo


Nossa! Nem lembro quantas vezes já pensei em escrever um blog e desisti na primeira postagem. Não sei direito sobre o que vou tratar por aqui, mas o importante é que dei o start. Já pensei em sacanagem, em mostrar minhas aptidões de jornalista ou cronista, falar mal desse, bem daquele, postar observações das banalidades do cotidiano, enfim um infinidade de coisas que por hora não dá muita identidade para esse blog, mas com o tempo ( ah! o tempo...) tenho certeza que vou descobrir.

Aliás, como não sei mesmo sobre que vai ser escolhi esse nome. Se alguém um dia ler isso me diga se acho legal, ok?

Como diria pernalonga "Por hoje é só pessoal" antes que eu desista denovo de por esse post no ar.

See ya!