agosto 09, 2005

Apreciem mais a subestimação


Desconfio dos elogios. Agora mesmo estou tentando descobrir se eles realmente nos fazem bem. Pare e reflita. Que reação você costuma ter após receber um? São ótimos, mas sinto que eles fazem inflar o ego, passam segurança, autoconfiança e, às vezes, nos tornam menos exigente com nós mesmos, como se de alguma forma eles dissessem que já está bom assim.

Gosto quando me subestimam. Não pelo pouco caso em si, mas pela potencialidade de surpreender. Subestimar provoca. Desafia nosso ego. Faz com que nos esforcemos mais para provar que estavam enganados e somos muito melhores do que se imaginava. Desperta um instinto de superação e pró-atividade muito mais construtivos que um elogio.

Os especialistas em motivação organizacional que me perdoem. Tudo bem que um elogio inspira mais que uma crítica, mas não há nada que se compare com a subestimação. É só lembrar das apostas, dos desafios. Quem nunca se sentiu provocado com um “você não é homem ou mulher pra isso?”, um “duvido” ou mesmo aquele olhar que já entrega a falta de crédito e expectativa depositadas em você.

Aprendemos isso desde cedo. Faz parte da pedagogia de muitos pais, inclusive, usar um “duvido” para convencer a criança a tomar uma atitude, como simplesmente terminar um prato de comida. Logo se percebe a malandragem e não se cai mais nessa, mas aquela fórmula desafiadora fica impressa em algum lugar da nossa memória e vira e mexe vem à tona. No trabalho, na educação, num relacionamento ou no fim dele. Situações em que temos que parar e seguir o conselho do tio Zambiasi*: “Eu quero, eu posso e eu vou conseguir!”

Talvez o elogio que realmente tenha valor seja o recebido depois de ser subestimado. Esse sim, vem como para coroar um esforço que não foi em vão. Não nos diz que já está bom assim, mas que valeu a pena. Deixo o meu conselho: Apreciem mais a subestimação.

*Sérgio Zambiasi é famoso no Rio Grande do Sul por ancorar o programa popular matinal “Comando Maior”, na rádio Farroupilha. “Eu quero, eu posso e eu vou conseguir” é uma das frases tradicionais e repetidas há ano no começo do programa.

8 comentários:

Anônimo disse...

Se vc pensa mesmo assim, começo a entender algumas de suas escolhas!
Mas não posso me alongar aqui!

Anônimo disse...

Ah amei o novo style do blog :)
E quanto ao post, realmente, em alguns momentos, a subestimação tem um valor importantíssimo e faz que nós tenhamos um motivo a mais para alcançar determinado objetivo, esse mesmo que julgam não sermos capazes de atingir. O problema é quando nós mesmos nos subestimamos. A auto-subestimação é um veneno e bloqueia qualquer capacidade que achamos não possuir.
Bjssss :)

Deza disse...

Saudade Paulinha! Isso tudo que tu disse tem a ver com meu modo de pensar: minha tendência é achar que as coisas vão dar errado. Se isso realmente acontece, não me pega de surpresa(eu já sabia...). Se por acaso dá certo, eu fico positivamente surpreendida! Enfim... não esquece dessa alemoa que te adora muito. Beijos!!!

Anônimo disse...

Tsc, tsc, tsc... que post ruim. :P

Anônimo disse...

Espero que tenhas entendido a ironia.
Nos dois comentários! ;-)
Beijos. Lembranças para todos!

Anônimo disse...

Não confundir elogiar, com o conformismo da pessoa em si.
O elogio é como a "palmada nas costas" que te diz "segue assim, continua" "vais bem", como o abraço de teus pais ao graduar-te por exemplo.
Olhá-lo como algo negativo seria parte de um pessimismo, inimaginado de onde és oriunda, o "país que nunca para, o do progresso, verdadeiro?", otimista, que quer melhorar pese aos problemas que acontecem. Como o resto dos países que o circundam.

Marcar os pontos bons, como maus, são parte de nossa educação toda, à margem do que uma posteriormente eleja.

Subestimar a alguém está longe da intenção de motivá-la, é como uma flor que se rega ou não se rega, à que se lhe fala ou não.
Da mesma forma me parece absurdo separa as coisas que fazem os homens das mulheres, a minha entender o feminismo é um invento do machismo que só o fez mais forte, voltemos às bases, cada uma é bom no seu sem desacreditar ao outro, dí-lo alguém que se considera machista, não de "ultradireita", mas machista ao fim, digamos um machista moderno...

O elogio, é parte de nosso "posso, quero, consigo" de jeito nenhum pode separar-se dentro das motivações que nos conformam, dentro do propósito e desafio que significa "viver".
Subestimar a alguém é um mal desejado, sem outro objetivo que prejudicar. Elogiar a alguém é querê-lo. Claro que os dois conceitos podem usar-se de forma oposta, mas uma pessoa pode saber de antemão uma intenção, se falássemos em percentagens vagamente me atreveria a dizer que que um 90% da gente, emprega os termos como todos os conhecemos. e a quem estou elogiando com isto?
Beijos Pau, são só pontos de vista, este foi o meu, mas está bom isso mesmo, não? o título? CRESCEMOS JUNTOS. ;)

Anônimo disse...

Mas que interessantes as idéias dessa mocinha. Sim, isto é um elogio. ;)

Anônimo disse...

shüler, ela não gosta de elogio! vc tem que dizer que o post não tá muito bom, embora esteja! hehehe