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Ligação recebida agora:
- Alôoo? Cadê a Neusa?, diz a voz estranha do outro lado da linha.
- Desculpa, senhora. Acho que foi engano. Não tem nenhuma Neusa nesse número – respondo educadamente.
- Mas é o número da Neusa. Como é o nome da sua mãe?
- Não é Neusa.
- Tá, mas qualé o nome dela então?
- Não interessa o nome da minha mãe, mas ela não é Neusa. Nem ela, nem eu, nem ninguém aqui. Foi um engano, senhora.
- Quer fazer o favor de me passar pra Neusa?
- Pi pi pi pi pi.
Esgotou minha paciência pra tanta ignorância.
agosto 29, 2008
agosto 28, 2008
Cão de gravata
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Adoro o cachorro de gravata aqui da rua. E isso não se trata de mero fetiche por aquele executivo gostoso, mas belíssimo filho da puta que freqüenta as redondezas. Esse anda de quatro mesmo, por natureza e não subordinação.
Quase sempre está lá, entre a barbearia e botequinho na altura do número 700 da minha rua com sua gravata vermelha. Simpático que só. Não sei quem é o dono. Ou dona. Ou se tem realmente alguém que olhe por ele, ou se apenas circula pela vizinhança na estica, como um vagabundo de terno que procura emprego.
Só sei que o dia é mais triste quando não o vejo na descida ou na subida de volta do parque. Como hoje. É, aquele cachorro desconhecido, mas interessante, intrigante deixa o meu dia mais feliz.
Adoro o cachorro de gravata aqui da rua. E isso não se trata de mero fetiche por aquele executivo gostoso, mas belíssimo filho da puta que freqüenta as redondezas. Esse anda de quatro mesmo, por natureza e não subordinação.
Quase sempre está lá, entre a barbearia e botequinho na altura do número 700 da minha rua com sua gravata vermelha. Simpático que só. Não sei quem é o dono. Ou dona. Ou se tem realmente alguém que olhe por ele, ou se apenas circula pela vizinhança na estica, como um vagabundo de terno que procura emprego.
Só sei que o dia é mais triste quando não o vejo na descida ou na subida de volta do parque. Como hoje. É, aquele cachorro desconhecido, mas interessante, intrigante deixa o meu dia mais feliz.
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