dezembro 12, 2005

Kitsch

Tive um desejo kitsch* nesse fim de semana. Walter Benjamin e outros tantos teóricos da Escola de Frankfurt devem ter se revirado na cova com minha infame heresia de desejar, com tamanha voracidade, captar a “aura” daquela obra de arte.

Sim! A verdade é que consegui inclusive visualizar aquela tela pintada com tinta automotiva, emoldurada e plena sobre uma bela cama de casal. Quero uma cópia. Quero sim, e muito. Esse seria o quadro perfeito para decorar meu futuro ninho de amor.

Estava entre as 110 obras da exposição Erotica – os sentidos na arte, que finalmente consegui visitar. Não atendeu muito as minhas expectativas. Confesso que esperava mais dela, embora o pouco que realmente gostei, como diria Bob Jeff “provocou os meus instintos mais primitivos”. Verdade! Encantei-me imensamente com essa peça. Tal foi minha atração por ela que nem lembrei de gravar o nome da obra e do artista plástico que a produziu (mas isso eu resolvo ligando para a curadoria).

Era linda. Era moderna. Era uma verdadeira mimese plástica do sexo. Um casal entrelaçado em preto e branco. Na vertical. Erótico, sem ser pornográfico,como as narrativas sutis de Josué Guimarães. Maravilhoso!Como é provável que eu não consiga sucumbir à arte ao meu vão e consumista desejo de ter uma cópia só para mim, aconselho aos curiosos que visitem a exposição até o dia 8 de janeiro de 2006, no CCBB (São Paulo) enquanto há tempo de contemplá-la.

*Kitsch: Expressão muito usada pela estética da arte. “Arte baixa”, vulgar ou “kitsch” denota geralmente a estética da burguesia ou se refere especificamente aos artefatos decorativos ou funcionais de produção de massa da cultura popular. Muitas vezes, se refere a apropriações de obras de arte convertidas em produtos produzidos em série, como uma estampa de Monalisa numa camiseta, por exemplo.

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