janeiro 26, 2007

Caros,

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É com grande pesar que vos justifico a razão da minha ausência. Motivos de força maior minam minha criatividade e me obrigam a prorrogar o intervalo sem novas postagens.

Pois bem, meus queridos, estou numa sinuca. Sinto-me com a corda no pescoço e com mil negos chutando os pés do banquinho. Ultimamente tenho estado trabalhando demais, com um TCC zicado para finalizar em tempo recorde, morrendo de fome a base de mato e marcando território com naftalina para impedir que essas malditas traças que encontrei passeando pelas minhas dependências tomem conta do pedaço.

Sim. Além disso não bebo a quase um mês, não medito, não tenho mais unhas, me afundo na ignorância sobre as notícias do dia-a-dia sem tempo de ler os jornais, de prestigiar meus amigos, de fazer planos. Estou quase sem referências, sem saber para onde vou e o pior, sem saber para onde quero ir.

Por isso, meus caros amigos, espero que se sensibilizem e compreendam as razões que me afastam de nosso convívio virtual. O martírio este que descrevi deve se estender até o próximo dia 15 de fevereiro, quando não mais serei refém deste TCC dos infernos e tampouco estarei em semana de fechamento no trabalho. Contudo, rogo ter brechas na minha agenda e espasmos criativos nesse período para que enfim possa publicar algo de bom para vosso entretenimento.

Sem mais delongas,

Paula Pereira

janeiro 11, 2007

Ah, que saudade!

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"Paulista é mole!" Eis a frase que já virou quase um mantra ecoado entre eu e minhas amigas conterrâneas da Xuxa e da Gisele Bündchen, residentes aqui em São Paulo. Ninguém entende o que a gente quer dizer e o macharedo sai todo ofendido levando para o lado pessoal, mas é a mais pura verdade. Paulista é mole! O paulistano para ser mais exata. Digo, afirmo e repito com a mais absoluta certeza depois de voltar de uma temporada na terrinha.

É claro que há exceções. Antes que alguém me acuse ou venha com aquela velha e cretina história de "deixa eu mostrar quem é mole aqui" cabe lembrar que sim, estou tratando de uma generalização, de uma maioria, uma constatação de massa e nada individual, prestaram a atenção?

Os homens de lá são diferentes. Já estava esquecendo como era. É um approach assim, sei lá, mais determinado e gentil ao mesmo tempo. Há um esforço remanescente do séc.XIX em conquistar as damas. Sim, porque em Sampa tudo é muito moderno. Já tem mais mulher do que homem em todo lugar e como a mulherada começa apavorando desde cedo, quando chega numa fase mais madura o povo nem aprendeu como que se faz.

Maldita iniciativa feminina! Virou tudo do avesso, acabou com os instintos naturais. É quase como comparar açougue à comida congelada. Paulista é tão comida congelada! Nem lembra de onde vem a carne porque já tá tudo ali, na mão, é só esquentar, embora não tenha o mesmo gosto. A lei do menor esforço, talvez. Eu sei que não é intencional e muito provavelmente seja fruto de uma seleção natural urbanóide, mas eu não tenho talento para ser o homem da relação e não ei de me adaptar.

Me comportei quase como uma virgem em Porto Alegre, mas foi muito gostoso ser revisitada pelo cortejo dos meus queridos gaúchos. Eles sabem fazer com que a gente se sinta especial. É um atributo nato. São homens menos temorosos que não têm receio de ouvir um não. Não precisam de mil braços, de cantadas velhas, de táticas mais agressivas, nada disso. É jeito. E um jeito que eu não sei explicar. Por mais recusas que levem jamais são desprezados, porque sempre conquistam alguma parte de ti, nem que isso se resuma a um mero sorriso. Uma pena que não compartilhamos mais o mesmo DDD.