junho 20, 2008

Pega pra capar

#
Aqueles que se importam em ter algo, digamos, sobrando por aí que me perdoem, mas cirurgia de troca de sexo coberta pelo SUS é um pouco demais para a minha cabeça (com o perdão do trocadilho, não que eu tenha, of course kkk).

Gente, um pinto a mais, um pinto a menos, que diferença faz pra quem já estava acostumado com isso? Com tanta gente morrendo em fila de hospitais por falta de recursos, com doenças graves que não podem esperar, chega a ser um insulto que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tenha anunciado no último dia 5 que até o final do mês baixará uma portaria, tornando realmente gratuitas as cirurgias de mudança de sexo pelo SUS.

É isso mesmo, um capricho (porque não é um caso de vida ou morte, sequer problema de saúde) vai ser financiado por dinheiro público.

E onda chegou na bicharada de São Paulo. O excêntrico prefeito Gilberto Kassab regulamentou a pouco mais de dois meses outra lei polêmica a Lei Trípoli que regulamenta o exercício de canis e pet shops. Até aí tudo bem, mas o problema é que desta vez querem obrigar que o comércio de cães e gatos seja feito apenas com animais já microshipados e castrados, isto é, que submetam filhotes recém-nascidos, com menos de 60 dias e a saúde ainda bastante delicada a cirurgias complexas como esta sob pena de multa de R$ 1 mil a R$ 500 mil e apreensão dos bichinhos caso os estabelecimentos não cumpram a regra. Pode? Os animais geralmente são castrados após seis meses, já adultos.

A razão até é nobre – conter a superpopulação de animais e conseqüente abandono na cidade, que consome a cada ano mais recursos da prefeitura. Pena que o meio escolhido seja maquiavélico e tão radical. E ainda se orgulham de ser a primeira prefeitura a ter uma lei dessas. Façam-me o favor!

junho 19, 2008

Mamãe, quero ser um bife

#
Nunca pensei que na terra do peixe cru a carne pudesse ser tão estimada. Ontem se comemorou oficialmente o centenário da imigração japonesa no Brasil e entre as tantas reportagens sobre o assunto, uma delas falava sobre o criação do gado Wagyu, raça que recebe um tratamento vip digno de dar inveja do Zeca Pagodinho às vacas sagradas indianas, exceto pelo sacrifício, claro.

Além de custar no Japão o equivalente a R$ 1 mil o quilo da carne, o Wagyu tem uma vida boa e tanto, criado com doses diárias de aveia, cerveja e massagem (é, isso mesmo!), com direito até a tratamentos de acupuntura e uma lustrada básica no pêlo com saquê.

Ô boizinho de sorte! Tá aí uma bela maneira de se gozar a vida, ainda que seja breve.

junho 13, 2008

Off-line

#
É, parece que alguém resolveu me foder no dias dos namorados, e não foi um moreno alto, bonito e sensual, mas a Vivo. E ela passou longe de resolver os meus problemas.

Digamos que tive minha sexta-feira 13 antecipada. Tinha que cobrir um evento às 8h30 da manhã do outro lado da cidade, numa quinta, isto é, nem que eu quisesse poderia pegar o carro por causa do rodízio.

Organizada como sou, mal acordei e já tratei logo de ligar para a rádio-táxi para agendar o carro. Tentar ligar, na verdade. Disco o número com o boleto na mão e ao invés de ouvir o piiii, piii tradicional do sinal de chamada escuto “Vivo informa...” Ih, começou com Vivo informa já é meio caminho andado para ser merda.

E era. Assim, sem mais nem menos, em pleno dia dos namorados, de rodízio e de evento cedo na puta que pariu a Vivo resolveu, baseada em algum sistema de CRM do mal, que era a hora perfeita de me sacanear e suspender o meu telefone.

Pois é. Fiquei sem serviço nenhum sob a alegação que só vim a saber no final da noite de que o sistema deles não tinha identificado meu pagamento em uma nova modalidade que me migraram.

Poxa, mesmo que eu fosse uma inadimplente de plantão, os caras lidam com um serviço que fica 24 horas do meu lado, não tem desculpa para dizer que não me encontrou, não é verdade? Cobrar com jeitinho, checar se há alguma irregularidade, mas não, foi mais fácil apelar para o menos simpático. Cortar sem quaisquer aviso prévio, me deixar em apuros (e sozinha diga-se de passagem) num dia de cão.

Já foi religado, mas isso tudo depois de eu ter feito plantão e até dado telefone de orelhão para retorno da rádio-táxi (que também levou 1h30 para me atender, mas isso já é outra história), passado o dia todo incomunicável, pedido favor para deus e o mundo, ter feito minha mãe achar que eu morri, imaginando que marquei um blind date com um estranho psicopata e que meu corpo jazia em uma cama ensangüentada de motel barato agora.

Uma semana. Esse é o tempo que ficarei com a empresa. Só até aderir às concorrentes e é no plural mesmo. Depois dessa experiência desagradável e constrangedora descobri que com operadora de celular tenho que lidar como com os homens. Definitivamente não dá para ficar dependente de um e por segurança é prudente que se tenha pelo menos outro na manga em caso de emergência.