novembro 26, 2008

Ajudem Santa Catarina!

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Galera, aquele pedacinho do paraíso chamado Santa Catarina está debaixo d´água, com uma série de famílias humildes precisando de ajuda. Conheço bem o Estado e sei que além da gravidade da situação as pessoas lá realmente não tem condições de se reerguerem sozinhas. Quem quiser ajudar pode fazer doações de qualquer quantia em uma das contas abertas pela Defesa Civil. Ajudem!!!

Segue o link:
http://www.defesacivil.sc.gov.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

novembro 19, 2008

Abaixo o Eu te amo

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Desconfio de quem diz “eu te amo” muito fácil, rápido. Nunca levei muita fé nisso. Parece-me impulsivo e pouco verdadeiro.

Acredito que quando a gente ama de verdade essas palavras vem naturalmente em algum momento, assim, sem pressa. E saem fluidas, sem tropeço, tão certas de si que nem precisariam realmente ser ditas. Falamos simplesmente porque elas já não cabem mais dentro da gente. Transbordam e saltam para fora.

Ouvir um Eu te amo é algo que nunca fiz questão por essa razão.As palavras são descartáveis. Não se bastam por si só para que façam algum sentido, e quando fazem, são redundâncias.

Sabe o que me comove? Coisas simples que falam muito mais, alheias a nossa vontade. É aquele brilho no olhar que nos sorri, como se dissesse “Eu estou tão feliz de estar aqui com você”, completamente fora do nosso controle.

O beijo na cabeça. Aquele beijo na cabeça, às vezes na testa, que surge de repente, tão desprovido de sexualidade e ao mesmo tempo tão cheio de afeto.

O jeito de dormir abraçado meio torto, que ambos sabem que está desconfortável, mas que tem uma razão de ser, que é a vontade de se mostrar de alguma forma que está ali, que se importa e não quer desgrudar de quem se gosta por nada.

O cafuné, o abraço longo e apertado, a vontade de falar qualquer coisa tola só pra ouvir a voz.

Há formas verbais também de se dizer que se gosta sem dizer "eu te amo". Quando de repente a gente se vê cúmplice, trocando segredos. Quando vem aquela preocupação e a gente só sossega quando tem certeza de que a pessoa está bem.

O que dizer das vezes em que bate um impulso incontrolável de partilhar uma boa notícia das nossas vidas com o outro tão logo ela é recebida, ou ainda quando se permite ser frágil para confessar que as coisas não vão muito bem.

Pode ser que nada disso seja amor, mas das diversas formas de amar, acho que estão diluídas aí, nessas pequenas grandes coisas, a tradução do que realmente importa. Se isso houver, digo e repito. Nem é preciso dizer "eu te amo". Eu, pelo menos, não faço a menor questão.

novembro 13, 2008

Os melões

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Quarta-feira, 18h30. Chuva torrencial em São Paulo e uma sacola pesada de feira pra levar pra casa. Olho pra ela, olho para o guarda-chuva. Precisaria de muito malabarismo para carregar aquilo tudo e ainda me equilibrar num saltinho escorregadio de 10 cm.

As frutas podem esperar - pensei. Deixo a sacola sob a mesa e vou embora. Cinco minutos depois toca o telefone:

- Paula Pereira, você esqueceu seus melões na redação.

- Sim, sim. E uma penca de bananas, eu sei. Foi de propósito.

novembro 11, 2008

Cenas de bar

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Duas mulheres num balcão de bar. Drinks à mão, risadas à revelia. Aquela encenação de vulnerabilidade proposital que é um convite à artilharia masculina. E como tal funcionou.

Sem pensar duas vezes, um rapaz se aproxima. Bonito, alto, porte atlético. Tinha tudo para se dar muito bem naquela noite.

Interrompe a conversa das amigas e pergunta:

- O fio dental. Vocês passam antes ou depois de escovar os dentes?

Boquiabertas, encaram o aventureiro por alguns segundos, dão as costas e se entreolham mais uma vez antes de tomar mais um gole do que bebem.

Era fato. Que bela oportunidade perdida de ficar calado!