novembro 29, 2005

Depois da bunda dura, vem aí a bunda quadrada


Estou ficando com a bunda quadrada. É verdade! São tantas as horas sentada nessa cadeira em frente ao computador que sinto como se toda a voluptosidade de repente ficasse plana. E a idéia de bunda quadrada por mais metafórica que possa parecer me apavora.

Odiava a bunda chata da minha vó. Lembro que realmente sentia repulso por aquela imagem e ainda temo que um dia a genética me castigue por tão cruel julgamento. Mas era feia. Feia mesmo! Não sei como ela moldou (se é que dá pra chamar assim) a dela. Talvez seja realmente um traço da família, que graças a Deus não herdei e acabei puxando a turma da minha mãe nesse quesito.

É estranho como fui recordar nesse momento desse quase trauma de infância: a visão da bunda da minha vó. Não herdei o formato por ela, mas será que a minha realmente é passível de ser "enquadrada" pelos hábitos contemporâneos? Não sei, não quero nem cogitar essa hipótese, afinal bunda é um dos principais atributos da brasileira, produto tipo exportação, um dos motivos que atraem os turistas para as praias do país. Seria quase como perder a identidade.

Falando nisso, dizem que alguns homens reconhecem as mulheres pela bunda. Do tipo que olha para a cara da infeliz e nem faz idéia. Tão logo ela dá as costas lembra até do dia e ano que viu aquela bunda passar! Que horror! Mas fazer o que, não é? Aliás, se algum homem com esse tipo de cognição ler isso, por favor, disserte a respeito. Tenho muita curiosidade sobre o tema.

Estava revendo uns e-mails antigos outro dia e encontrei o texto da Bunda Dura, do Arnaldo Jabor, lembram? Um que ele defende uma tese que a mulher que tem bunda dura é uma chata que só se preocupa em malhar e comer alface, fútil, e que jamais vai saber apreciar um convite para tomar um bom chopp. Ele conclui valorizando a bunda que mesmo com celulite ou algumas gordurinhas é companheira. Fico pensando, e a bunda quadrada? Como entraria nessa história?

Se a bunda dura for signo de futilidade e a celulitosa, de companheirismo, poderia ser a bunda quadrada uma futura indicação de uma mulher trabalhadora? Uma marca do afinco com que passa horas dedicando-se a labuta nos computadores? Uma bunda workaholic? É de se pensar. Pelo sim, pelo não, acho melhor reduzir minha jornada de trabalho sentada. Ou arrumar uma almofada. Ou sugerir aos fabricantes de cadeiras de escritório que façam umas mais anatômicas. Por motivo de força maior. Pela preservação do patrimônio nacional! (Hahahah...)

novembro 07, 2005

Curtinha

"É mais fácil seduzir alguém que já está com as calças arriadas.
Anuncie no banheiro."

Adorei!!!

novembro 03, 2005

The survival tales of a beautiful girl saying "no, I´m not a bitch" *


Aconteceu quando menos esperava. Era primeiro de novembro, véspera de feriado. Ia à casa de uma amiga no centro de São Paulo para de lá cairmos na boemia, iríamos juntas a um aniversário na Vila Madalena.

Sequer estava preparada para sair à noite naquele dia. Foi decisão de última hora. Recém tinha saído da aula de espanhol e perambulava pela Av. Paulista lá pelas nove da noite, com minha pastinha na mão e sem um crédito no celular. Mesmo assim conseguimos combinar por telefone nossa saída.

Pegaria um ônibus e encontraria com ela ao lado do prédio da Folha, na Barão de Limeira com a Duque de Caxias. Essa era a referência, aliás. Pedi ao cobrador para me avisar, afinal, fazia tempo que não andava de ônibus por aquelas bandas, ainda mais à noite, nessa cidade que insiste em me causar essa sensação de estranheza eterna.

“É a próxima!” – disse o cobrador. Juntei minhas tralhas e desci. Foi aí que então um táxi parou perto de mim, bem no momento em que cruzava a esquina combinada. Buzinou, nem dei bola. Insistiu e daí percebi do que se tratava. Havia um homem no banco do carona. Parecia meio arisco, olhava para todos os lados atento a movimentação do local. Tive certeza que estava no lugar errado na hora errada, mas para minha sorte havia algumas pessoas por perto, não estava num ambiente completamente deserto.

Para meu espanto gritou: “Tá sozinha? Entra aí, eu pago bem.” Não acreditei. Acelerei o passo e logo os perdi de vista. Como podia? Ainda se estivesse com uma minissaia ou com um decote como de costume, mas não. Vestia uma calça preta até o tornozelo e terninho branco. Tava mais para Barbie executiva do que puta de beco. Sequer um esmalte encarnado. Não entendi, mas deu medo. Mais medo que do mendigo de outro dia.

Só pode ter sido a mais pura proposta indecente. Tô longe da Demi Moore, mas não posso ter sido confundida, no way! Não naquele dia. Não daquele jeito. Ou era mesmo desespero do cara, uma abordagem aleatória, porque o naipe das primas por lá não é dos melhores. A primeira com todos os dentes na boca que viu, pimba! É essa!

Que medo, que medo mesmo. Sozinha na esquina nunca mais!
* Título sugerido pelo amigo Pase, quando ouviu os relatos desse fatídico episódio.