maio 30, 2007

Cada vez mais em casa

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Se Paula não vai à Porto Alegre... bem vocês sabem o resto do ditado.

Acordei e vi o vidro do quarto embassado, sinalizando o frio que contrastava lá fora. Dez graus era a temperatura registrada nos termômetros paulistanos. Feliz da vida, abri o guarda-roupa e saquei um casaco de lã lindo, macio e quentinho que não usava desde que me mudei pra cá.

Pensei em preparar um mate para inaugurar minha cuia nova e levar para a galera provar e se aquecer no trabalho, coisa que só não fiz pelo adiantado da hora.

Separei meu maiô de natação (até porque 10° não é frio que espante um gaúcho das piscinas) e tratei de não esquecer a camisa do Grêmio (manga curta) em casa, afinal, hoje tem jogo do Tricolor pela Libertadores e a gurizada gremista se reúne toda semana num boteco para torcer, por vezes regados a Polar e Schimitt, soltando livremente nossos eufóricos "bah", "trilegal", "não rateia, tchê", entre outras expressões regionais.

Mal entro no carro e ouço um anúncio do show do Engenheiros do Hawaí. Papas da Língua também tem tocado muito pelas estações daqui e a Pastelina, para os mais chegados, já não é mais um snack desconhecido.

No trabalho, a Gabi diz estar com vontade de tomar um vinho e a Fabi, outra que já descobriu o prazer de lagartear ao sol no inverno, solta um comentário qualquer com um involuntário e acidental sotaque gaúcho, fruto do convívio, obviamente.

Enfim, precisa dizer mais? Estou me sentindo praticamente em casa.

maio 29, 2007

George Clooney é Pica-pau!

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Não, não se trata de um trocadilho maldoso. O galã não andou dizendo ser chegado num macho, nem tampouco flagrado com a boca na... botija, digamos. Embora, obviamente, esse texto só exista para não perder a piada.

Depois de Batman, o ator dará vida a divertida ave nas telas do cinema. Tá, também não é isso. Acreditem, o desenho animado que completa 71 anos hoje, divide o mesmo dublador com o George Clooney. Essa é que é a verdade.

E não pensem que o cara é um velhinho capenga. Estamos falando do médico, em pleno exercício, Marco Antônio Costa, que passou a emprestar a voz ao Pica-pau desde 1999.

Surpresos? Alguém percebeu a diferença desses tempos pra cá? Eu não. E o Silvio Santos ainda justifica não ter trazido os outros 2/3 dos episódios do Chaves para o canal porque o dublador do Seu Madruga morreu.

A voz do George é a de Marco mesmo, sem tirar nem pôr. Só resta saber se esse casamento vem desde os tempos áureos do ER, vulgo “Plantão Médico”. Já seria Marco o Dr. Doug Ross?

maio 28, 2007

Alerta vermelho

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Extra! Extra! Perguntaram se não estou grávida outra vez. Caramba, não é possível isso, viu! Fazia tempo, muuuito tempo que isso não acontecia, aliás, há uns cinco quilos atrás. Até onde meu auto-conceito me permite chegar, eu estava me sentindo bem, rumando à tão sonhada barriga sequinha que os sacrifícios da corrida prometem.

As pessoas são realmente muito sem noção, ou quem sabe invejosas, querendo acabar com o que resta da minha auto-estima.


O engraçado é que toda vez que esse infortúnio me apetece a observação maldosa vem de uma mulher feia. Muuuuito feia. Desta vez foi de um ser que lembra o Xuper Moderninho do Xou da Xuxa. Alguém lembra? Argh!!!

Tudo bem. Deixa pra lá. Ei de não ser rancorosa, devolvendo elogios do mesmo caráter. A natureza já foi cruel o suficiente para que eu tripudiasse e, além disso, talvez seja um alerta divino, um flashback, um cutuco na memória pra que jamais deixe a peteca cair outra vez, afinal o frio ameaça e é amigo chegado da preguiça e da gula. Valeu Moderninho!


maio 25, 2007

Coleguinhas

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Blogs sacaninhas, uni-vos! Fui apresentada essa semana para o Refluxo de Idéias, blog recente de um ex-prof de uma amigona minha. Segundo ela "eles só falavam de putaria, é a tua cara" hehehe

Tendo ela razão ou não, o fato é que dei algumas risadas e, por ora, será meu hóspede nos links do Balaio.

maio 23, 2007

Contra-senso

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Religiosos uma ova! Acabo de voltar de Porto Alegre e lá, em momentos sóbrios de prosa, soube de dois causos de cretinice beata.

O primeiro, por e-mail. Flavinha comunicava estar sem celular. Até aí tudo bem, trivial. Motivo: Teve o aparelho roubado na visita ao Papa em Aparecida. Pode isso? Ok, uma exceção, certo? Nada disso.

Tomo café da manhã com a mãe da Babi. Ela levanta, perambula pela cozinha, confabulando como resolver o problema da conta da água que está maior do que a de toda a vizinhança. Tinha acordado cedo e visto o reloginho rodando, com tudo em casa desligado. Nenhum vazamento, nenhuma torneira aberta e o próprio box seco como deserto.

Ouviu um barulho de água correndo do outro lado do muro. Era o tanque da vizinha freira. FREIRA!!!! A torneira saía do muro e o relógio dê-lhe a trabalhar. Jogou um verde e a freira se fez de louca. Tão pronto desligou a torneira não é que o relógio parou?

Decidiu. Ainda essa semana acharia alguém para cortar o cano.

maio 06, 2007

Contrata-se

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Abri o caderno Empregos da Folha de S. Paulo deste domingo e eis que vejo na página 11, seção de empregos procurados, o seguinte tijolinho:

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BOQUETEIRO
C/exp. Ensino fundamental.
Fulana (11) 1234-5678*
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Alguém se habilita?

maio 01, 2007

Há algo de sujo na outra face da maçã


Numa noite é um inocente papo quente com vinho, entre amigas, no dia seguinte me vejo cercada por pintos de plástico. Pois é, eu bem que tento me afastar desse universo promíscuo, mas de alguma forma carmática ele me persegue.

Estava lá, pendurada no meu pescoço em caracteres encarnados, a credencial que identificava: “Erotika Fair - a feira mais transada da América Latina!” Olha que gostoso? O que a gente não faz por uma amiga, hein?

Fui lá, firme e forte, fazer a solidária companhia à colega que pre-ci-sa-va ir àquela feira a trabalho. Ócios do ofício... de jornalista, entende?

“Por favor, de onde saem os ônibus para feiras?” – perguntou ela, discretamente, ao guarda que estava por perto. Com um sorrisinho sacana e aquela olhada de cima abaixo o sujeito disse: “É pra feira erótica?” Esperou a confirmação e só depois orientou, como se tivesse muitas vans saindo para feiras do Tietê.

Constrangimento pouco é bobagem e aquele foi só o primeiro. Chegando ao ponto, o naipe da galera que aguardava o frete: Pederastas, mulheres da vida, candidatos a sofrer de fortes crises de LER nos punhos, enfim, só gente fina. E nós, claro, naquele cortiço ambulante.

Roda, roda, roda, até que pára. Mal descemos da van e já se avista um motel-móvel estacionado na entrada, com projeções de cenas, quiçá, muito úteis para um residente de ginecologia. Gemidos e bate-estaca se misturam na trilha local. E lá estavam eles, os consolos, tão populares na decoração e na oferta como as bolinhas de natal no fim do ano.

E os shows? Esperava encontrar na programação propostas mais teóricas e menos empíricas, mas não. Havia um festival de darkrooms: “fantasias eróticas”, “massagem erótica”, “sodoma”, “show de lésbicas”, “show de sexo explícito”, “labirinto do prazer”, hipnose, sala de voyerismo, homens de sunga e capinha preta pelos corredores e por aí vai. Uma visão do inferno, algo para episódio de Além da Imaginação.

A barbárie dali tinha transformado toda a nossa malícia convicta em uma piadinha infantil. Foi-se o limpo, o bonito, o saudável. Saímos de lá vivas e imaculadas, com os pés doendo e uma ânsia no gogó.