setembro 16, 2006

Gaúcho causa pânico nos EUA

Lutador de jiu-jítsu começou a dar socos no ar e tentou abrir a saída de emergência durante um vôo da United Airlines entre Los Angeles e Washington; acabou imobilizado por passageiros e preso

Tentar abrir a porta de um avião em pleno vôo, mesmo que não estivéssemos em uma época de paranóia em aeroportos, daria cadeia em qualquer país, ainda mais nos Estados Unidos. Foi o que lutador de jiu-jítsu gaúcho Carlos Alberto de Oliveira, 43 anos, tentou fazer na terça-feira, pondo em pânico passageiros de um vôo entre Los Angeles e Washington.


Vestido com roupas militares, Oliveira, conhecido em Porto Alegre pelo apelido de "Realce", começou a agir de forma estranha cerca de três horas e meia depois da decolagem da Califórnia. Segundo passageiros, ele bebeu demais e começou a falar em um idioma "desconhecido" - português. Depois, passou cerca de 20 minutos no banheiro.

Quando voltou a sua poltrona, enrolou cintos nas mãos e começou a dar socos no ar. Então começou a mexer na alavanca de uma das saídas de emergência do avião. Foi quando uma das comissárias de bordo pediu que tirasse a mão da alavanca e gritou por socorro. - Quando você ouve uma aeromoça gritar "por favor, ajudem", você começa a temer que algo muito ruim esteja prestes a acontecer - afirmou Ken Wolfenbarger, um dos passageiros.

Assustados, alguns passageiros partiram para cima do gaúcho. Wolfenbarger contou ter segurado as pernas de Oliveira, enquanto outros o agrediram e, por fim, o controlaram. O agente federal que viaja anonimamente nos vôos de longa distância nos EUA, imobilizou suas mãos às costas com uma algema de plástico, procedimento rotineiro desde o ataque de 11 de Setembro. Stephen Lockwood, outro dos 183 passageiros do vôo, contou que ele "apanhou bastante".

Como o comandante concluiu que Oliveira não era um terrorista, o vôo da United Airlines seguiu normalmente para seu destino, o Aeroporto Internacional Dulles, onde pousou às 20h35min locais de terça-feira (21h35min no horário de Brasília). Ontem pela manhã, ele deveria ter comparecido a um tribunal, na Virgínia. Mas se desentendeu com guardas na prisão onde está sendo mantido. Por enquanto, a acusação contra ele é de tentar interferir no funcionamento de um avião de passageiros - o que é considerado um crime federal nos EUA, mas ele ainda poderá ser processado por agressão aos guardas.

Publicada no dia 14/09/06 no jornal Zero Hora. Confira também a notícia divulgada no Jornal Nacional.

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