dezembro 26, 2006

Eu, musa

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Chegando próximo ao final do livro me dei conta de que poderia ser uma das personagens. Corri para ver a data de publicação nas primeiras páginas. Estava lá escrito: Ano 2005 e informava na mesma página: “Essas crônicas forma publicadas no jornal Zero Hora entre janeiro de 2003 e agosto de 2005”.

Puxa! Eu realmente tinha alguma chance de ser personagem daquele livro. Havia passado uma temporada acompanhando a redação da Zero em 2004, às vésperas das eleições. Monografia do curso de jornalismo da saudosa Famecos. Trabalho duro aquele. Tinha que passar uma semana conferindo a origem das pautas do jornal e o que, de fato, ganhava as páginas no dia seguinte. Passei mais tempo na Geral, mas conversava todo o dia com o editor e/ou pauteiro de sete editorias, entre elas, a de Esporte.

Lembro de já ter visto o David Coimbra por lá, mas não sei se nessa oportunidade. Não menbro de termos sido apresentados e tampouco de termos conversado, enfim, eu não fui uma presença feminina relevante que tivesse chamado a atenção do cronista e editor de esportes.

Passei uma semana. Uma semana! Uma loira intrusa fazendo perguntas durante uma semana interia e ele nem bola. Jamais havia cogitado a hipótese de atrair a observação dele antes, mas ao ler aqueles relatos de redação no livro Mulheres!, ah! Por um segundo essa idéia passou pela minha cabeça, me deixando excitada com a possibilidade de ser de alguma forma imortalizada naquele livro. Eu? Em uma crônica publicada em livro? Que ia além dos recortes amarelados de jornais e poderia ser guardado na estante e mostrado para os netos um dia? Era boa essa idéia, ah! Era boa!


Pronto. Passou a sensação. Eu não estava lá. Não fui musa. Não inspirei o David. Imagino quantas outras mulheres bem mais ilustres também não se procuraram naquelas páginas e tiveram essa doce ilusão. Parabéns David! Guardarei outras cousas de mimo para a posteridade.

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